sábado, 28 de maio de 2011

Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte


Quando "Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra" estreou em 2003, não se esperava muito da produção. Seria apenas mais um filme de aventura, entretenimento despretensioso, mais um blockbuster dentre os inúmeros que são lançados todos os meses. O sucesso do filme, entretanto, fez com que a história viesse a ser novamente explorada, virando o que hoje já é uma trilogia (sim, pois para os que ainda não sabem, o terceiro filme da saga já está em andamento).
A primeira estratégia dos produtores para esse segundo filme é o fato de que é preciso ter pelo menos uma noção do que aconteceu na primeira produção para podermos nos situar na história. Muitos dos personagens são os mesmos do filme anterior, dispensado uma nova apresentação. Os cargos de protagonistas continuam com Jack Sparrow, Will Turner e Elizabeth Swann, que haviam se conhecido quando, por motivos diferentes, estiveram envolvidos na recuperação do navio de Jack, roubado pelo vilão Capitão Barbossa no primeiro "Piratas". Dessa vez, a trama gira em torno de um pacto que Jack Sparrow tem com Davy Jones, uma terrível criatura do mar. Sparrow, como sempre, acaba envolvendo Will e Elizabeth em prol dos seus próprios interesses.
A partir daí, se desenvolve a velha fórmula: uma trama mirabolante, muitos efeitos especiais e cenas de ação com um toque de humor. Não tem como dar errado se considerarmos o público geral, mas alguns aspectos deixaram a desejar nessa produção.
Apesar da parte técnica se apresentar bastante competente na parte de efeitos, deixando o visual bastante satisfatória, apenas isso está longe de ser suficiente para sustentar um filme. Eis que surge a primeira falha: a primeira impressão que a história deixa ao seu final é que o roteiro poderia ter sido melhor trabalhado. A história parece extremamente arrastada e com pequenas traminhas paralelas completamente dispensáveis. O resultado se transforma em quase 2 horas e meia de filme, uma duração excessiva para uma produção voltada puramente para o entretenimento. O esquema "princípio-meio-fim" que se faz necessário nesse tipo de história fica confuso, deixando a impressão de que o desfecho verdadeiro só virá no próximo filme, que fecha a trilogia.
O elenco está bastante heterogêneo. Orlando Bloom continua apenas razoável e Keira Knightley prova, mais uma vez, que precisa melhorar bastante, embora esteja bem melhor que no primeiro filme. Os personagens secundários cumprem bem os seus papéis, com destaque para Jack Davenport como Comodoro Norrington, agora acabado depois do que lhe aconteceu no primeiro filme.
Os méritos do filme, no entanto, como já era de se esperar, são todos de Johnny Depp, no papel do Capitão Jack Sparrow. É impossível não se deixar impressionar pela versatilidade do ator e o toque especial que deu a esse personagem. Apesar de Jack ser, em tese, uma criatura desprezível, Johnny imprimiu um toque altamente carismático a ele. Sendo uma mistura de bêbado, inescrupuloso e por vezes até afeminado, Jack Sparrow é, sem dúvida, a melhor razão para se assistir a "Piratas do Caribe: O Baú da Morte".
Outro ponto a ser ressaltado talvez tenha sido a trilha incidental da produção. Não chega a ser algo extraordinário, mas no meio de um roteiro medíocre e atuações apenas razoáveis, torna-se um aspecto a se elogiar.
Enfim, para quem está à procura de um filme que proporcione apenas alguns momentos de diversão e uns bons efeitos especiais, "Piratas" é uma boa pedida e, no fim das contas, cumpre o que se propõe. Que fique claro, no entanto, que nessa produção você não vai encontrar nada além disso.

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